Parlamento russo concede a Putin direito de usar Forças Armadas na Síria

O Parlamento da Rússia aprovou por unanimidade nesta quarta-feira (30/09) o pedido do presidente Vladimir Putin para enviar tropas à Síria, ainda que o Kremlin afirme que deverá utilizar apenas sua Força Aérea para combater os avanços do "Estado Islâmico" (EI) no país árabe.
A Constituição russa estabelece que o presidente precisa de aprovação parlamentar para que as Forças Armadas russas possam se envolver em conflitos no exterior. A última vez em que tal pedido foi realizado foi antes da anexação da Crimeia, em março de 2014.
O Conselho da Federação, a câmara alta do Parlamento russo, se reuniu a portas fechadas nesta quarta-feira para discutir o pedido de Putin. Sergei Ivanov, o chefe de gabinete da Presidência, afirmou após a discussão que a decisão foi unânime a favor do pedido, que não vai precisar de aprovação em outro órgão legislativo.
Ivanov assegurou que o país não vau enviar tropas à Síria, mas utilizará sua Força Aérea no intuito de "apoiar as forças do governo sírio em sua luta contra o EI", e explicou que a medida veio após um pedido de ajuda direto do presidente sírio, Bashar al-Assad
Segundo Ivanov, a Rússia decidiu apoiar Assad com a intenção de proteger a si própria dos jihadistas: "E não em razão dos objetivos de política externa ou das ambições de que nossos parceiros ocidentais costumam nos acusar", alegou. "Trata-se dos interesses de nossa segurança nacional", ressaltou o chefe de gabinete.
Ele argumentou que a Rússia se preocupa com o número cada vez maior de seus cidadãos que viajam à Síria para aderir ao EI, o que, segundo afirma, justificaria "medidas preventivas" a serem tomadas à distância, em vez de, posteriormente, ter que lidar com o problema em seu próprio território.
Ivanov disse ainda que a diferença entre os ataques aéreos realizados na Síria por outros países, como os EUA, é que eles não agem de acordo com as leis internacionais, ao conttrário da Rússia.
Putin se reuniu na segunda-feira com o presidente americano, Barack Obama , paralelamente à Assembleia Geral das Nações Unidas, para discutir o aumento da presença militar russa na Síria. Moscou já havia menosprezado as preocupações americanas, alegando que "especialistas militares" estiveram presentes por muitos anos no país para ajudar os sírios a lidar com equipamentos bélicos russos.
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