Bombardeio a casamento no Iêmen deixa 131 mortos

Coalizão liderada pela Arábia Saudita nega envolvimento no ataque
O número de mortos após o bombardeio aéreo durante uma festa de casamento no Iêmen subiu para 131, segundo informações de médicos nesta terça-feira. Este foi um dos ataques civis mais mortal desde o início do conflito no país e foi fortemente condenado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Moradores da região afirmaram na segunda-feira que dois mísseis atingiram tendas na cidade de Al-Wahijah, perto do porto de Al-Mokha, onde um local ligado aos rebeldes houthis celebrava sua cerimônia de casamento. Uma fonte médica do hospital Maqbana, para onde a maior parte dos feridos foi levada, afirmou que entre os 131 mortos há muitas mulheres e crianças.

A coalização liderada pela Arábia Saudita, que detém a supermacia aérea sobre o Iêmen, negou qualquer envolvimento com o acidente e Ahmed al-Asseri, porta-voz do grupo, sugeriu que milícias locais sejam responsáveis pelo disparo das bombas. Segundo ele, nenhuma operação aérea foi realizada na área nos últimos três dias, então “isso é uma notícia falsa”.

A coalização, que tem apoio dos Estados Unidos, pretende conter a ação dos rebeldes houthis, principalmente por ataques aéreos pelo Iêmen, desde março, com o objetivo de restaurar o poder do presidente Adb-Rabbu Mansour Hadi e de expulsar a facção armada dominante das regiões que ocuparam desde o ano passado, incluindo a capital do país, Sanaa, ao norte.

A Organização das Nações Unidas e grupos de direitos internacionais manifestaram preocupação com a escalada do número de civis mortos no conflito do Iêmen — ao menos 2,355 entre mais de 4.500 mortos desde o fim de março até setembro, segundo dados divulgados pelo Escritório de Direitos Humanos da ONU em Geneva na terça-feira.
Ban Ki-moon condenou a alta taxa de mortos no casamento e alertou que qualquer ataque intencionais a civis viola leis internacionais e deve ser investigado.

O porta-voz do escritório, Rupert Colville, afirmou que há uma equipe na região para verificar detalhes sobre o acidente no casamento.

— O governo (de Hadi) em exílio parece estar ciente do ataque e disse que foi um erro. Eu não acho que temos muita dúvida que esse incidente aconteceu e foi grave — disse Colville em coletiva de imprensa em Geneva.

Ele também alegou que o bloqueio naval exercido pela coalizão nos principais portos do Iêmen intensificam a crise humanitária no país.
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