EUA tentam cortar ajuda russa à Síria

O ex-diretor assistente da CIA (inteligência dos EUA) Michael Morell declarou que os EUA podem responder às tentativas da Rússia de aumentar a presença militar na Síria por via de cortar as rotas aéreas, com especial ênfase na posição de Iraque em relação ao assunto.

A declaração de Morell foi divulgada no ar do canal de TV norte-americano CBS.
"Sobrevoar a Turquia é uma coisa. Os turcos disseram não. Houve uma longa história para isso. Outra coisa é o que está acontecendo com as posições da Bulgária e da Grécia. Mas agora os Estados Unidos comunicaram e os búlgaros acordaram proibir voos," disse.
Existem três vias que a Rússia poderia usar para atingir a parte da Síria controlada por autoridades legítimas, quer dizer pelas tropas do presidente sírio, Bashar Assad. Uma é pelo território da Bulgária, mas o país recusou-se a deixar aviões russos passar. Outra é através da Turquia, que também manifestou estar contra. E a terceira é pelos países da CEI (Comunidade de Estados Independentes, parte da ex-URSS), e depois pelos territórios do Irã e Iraque. A posição do Iraque ainda continua pouco clara, porém o resto dos países da rota está aberto para a Rússia.
Nesta situação, parece que os EUA tentam fazer pressão sobre o governo do Iraque visando não permitir os aviões russos atingir a Síria.

O porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, na quinta-feira (10) negou reconhecer que os EUA são diretamente opostos a voos de aviões russos para a Síria, mas disse que Washington insiste que os aliados "façam perguntas" a Moscou. Lembramos que os EUA opõem-se a qualquer apoio às autoridades sírias.

Enquanto isso, o combate contra terrorismo é uma das poucas coisas que unem a Rússia e os EUA, e as tentativas de proibir ações russas que visam combatê-lo continuam pouco claras.
Na quinta-feira (10), o jornal russo Kommersant comunicou que Moscou fornece armas de fogo, lançadores de granadas e veículos blindados às forças do governo sírio para apoiar o país na luta contra a organização terrorista Estado Islâmico (EI, proibida na Rússia).
O chanceler russo explicou a presença de militares russos na Síria:
“Nós apoiamos e continuamos apoiando o governo sírio no equipamento do exército sírio com todo o necessário para prevenir na Síria o roteiro líbio e outros acontecimentos dolorosos que tiveram lugar na região por causa da obsessão dos nossos parceiros ocidentais com as ideias de alterar os regimes indesejáveis”.

Porem, a tentativa dos EUA de impedir o fornecimento de ajuda da Rússia às autoridades da Síria na sua luta contra terrorismo cabe bem na declaração do porta-voz do Pentágono, Peter Cook, de que a ajuda da Rússia ao regime de Bashar Assad é contraproducente.

Segundo ele, qualquer apoio militar russo ao regime sírio na sua luta contra grupos antigovernamentais irá desestabilizar ainda mais o país sacudido pela guerra civil.

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