Dos três comandantes militares, Comandante da Marinha é o que mais se revoltou com decreto de Dilma; entenda


O comandante da Marinha, Almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, é, entre os três comandantes das Forças Armadas, o que mais se revoltou, de imediato, com a notícia do decreto que tira poderes dos Comandantes Militares e delega ao Ministro da Defesa competência para assinar atos relativos a pessoal militar, como transferência para a reserva remunerada de oficiais superiores, intermediários e subalternos; reforma de oficiais da ativa e da reserva; promoção aos postos de oficiais superiores; nomeação de capelães militares, entre outros.

Isto se deve ao fato de que, por estar ocupando o posto de ministro interino, o seu nome apareceu, no Diário Oficial, como se estivesse endossando o decreto. “O decreto não passou por mim. Meu nome apareceu só porque eu era ministro da Defesa interino. Não era do meu conhecimento”, disse o comandante ao Estadão deixar o desfile de Sete de Setembro.

Fontes ligadas à alta cúpula das Forças Armadas relatam, também, que Bacellar era o mais tenso e estressado durante reunião urgente com os outros dois comandantes das Forças Armadas para tratar do assunto. O almirante se sentiu ultrajado por utilizarem seu nome, sua autoridade e seu prestígio para um decreto cuja existência ele própria desconhecia e que fere e deprecia as Forças Armadas.

Contudo, cabe destacar que a insatisfação e o conflito foram generalizados: nenhum dos comandantes aceitou passiva e amistosamente o decreto.

Ministro da Defesa liga para comandantes militares ‘enfurecidos’ e pede calma

Jaques Wagner, Ministro da Defesa da presidente Dilma Rousseff, telefonou, nesta tarde, para os comandantes das Forças Armadas para abordar o conflito oriundo de decreto da presidente Dilma Rousseff que tira poderes dos Comandantes Militares e delega ao Ministro da Defesa competência para assinar atos relativos a pessoal militar, como transferência para a reserva remunerada de oficiais superiores, intermediários e subalternos; reforma de oficiais da ativa e da reserva; promoção aos postos de oficiais superiores; nomeação de capelães militares, entre outros.

Os Comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica estavam reunidos há uma hora no local e aguardavam também a chegada de Wagner, que afirmou que compareceria ao encontro. O ministro telefonou, durante o período, avisando que chegaria em breve. No entanto, ao fim, ligou avisando que não poderia ir por estar em uma reunião urgente convocada pela presidente Dilma Rousseff para tratar do assunto.

Os Comandantes estavam extremamente tensos e irados com o decreto, o que foi agravado pela demora de Wagner. Ao telefone, o ministro pediu desculpas e marcou outra reunião para amanhã pela manhã, mas enfatizou, repetidas vezes, que os comandantes precisam ter calma. “Vocês estão se engasgando com um mosquito na garganta”, disse ele, salientando que houve um mal-entendido e garantindo que irá, o mais rápido possível, editar uma portaria “devolvendo” os poderes que foram a ele transferidos por meio do decreto de Dilma.
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