China não vai exibir todas as suas novidades militares na parada

Em 3 de setembro a China vai realizar a parada militar em comemoração do fim da Segunda Guerra Mundial mas não vai mostrar todas as suas armas modernas, opina especialista.

A imprensa chinesa tem informado sobre as armas que vão ser mostradas na próxima parada militar mas nem todos os modelos vão ser mostradas na parada. Com efeito, a China se prepara para demonstrar uma grande quantidade de novos modelos de equipamentos militares, alguns dos quais foram apresentados nos mídia oficiais. Contudo há uma série de novos sistemas de armas que vão ser adotados ou já são utilizados pelo Exército de Liberação Popular da China mas que não vão ser mostrados na parada. Vasily Kashin, especialista do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologia, comentou a situação à Sputnik.

A China vai demonstrar os seus novos mísseis balísticos de médio alcance DF-16 e DF-26 e uma nova modificação do seu míssil balístico intercontinental DF-5, DF-5B, o míssil de reentrada múltipla independentemente direcionados (MIRV). Vão ser exibidos os mísseis balísticos intercontinentais de combustível sólido DF-31A que já há alguns anos estão em dotação do Exército chinês. Entretanto, já no futuro mais próximo a segunda divisão de artilharia chinesa vai receber os mísseis mais potentes DF-31B e DF-41, que agora estão sendo submetidos a testes de voo. É provável que a parada de 2015 não vá refletir o nível de desenvolvimento do equipamento militar chinês.

Quanto à Força Aérea, a parada não vai exibir os caças J-10B e J-16, que foram recebidos pelo exército chinês pouco tempo atrás. Ao invés disso, da parada vão participar os caças J-10 e J-11. Provavelmente, isso se explica pelo fato de que estes caças são os mais bem dominados pelos militares. Não vai ser exibido o helicóptero Z-18. Entre os sistemas de defesa antiaérea de curto alcance não vai ser apresentado o HQ-17, o análogo do sistema russo Tor-M1, cuja produção foi realizada na China. Por alguma razão os chineses decidiram não exibir o sistema de defesa antiaérea de médio alcance HQ-16. Na parada vai ser mostrado o míssil supersónico de cruzeiro YJ-12 mas não vai aparecer o sistema mais perigoso YJ-18.

Não vamos ver uma série de sistemas novos e interessantes de armas das forças terrestres que conhecemos das publicações dos mídia chineses. Avaliando a parada, deve ser considerado o fato de que a China não realiza tais eventos todos os anos. Muitos países do mundo, independentemente da sua orientação política, realizam paradas anualmente. Entre tais países estão a Rússia, Índia, França, Turquia e um número de países latino-americanos. É uma prática habitual que visa objetivos políticos concretos.

Primeiramente estes objetivos passam por fortalecer as relações entre o exército e a sociedade civil, demonstrar ao povo que o orçamento nacional não é gasto nos propósitos militares inutilmente, estimular o orgulho nas Forças Armadas. As relações com a sociedade civil é um problema bastante importante para o exército moderno. Os EUA não realizam grandes paradas militares mas o governo norte-americano gasta mais que outros governos para demonstrar e fazer propaganda do seu poder militar nos mídia.

As paradas não são uma medida eficiente para assustar os seus vizinhos. Exercícios militares demonstrativos são uma medida melhor. Além disso, não parece que a China na verdade tente assustar alguém. Alguns dos sistemas mais poentes não vão ser exibidos. Claro que uma parada realizada uma vez em 10 ou 5 anos deve ser mais impressionante do que uma parada realizada anualmente. Mas, tendo em conta a importância do evento que comemora, a parada deste ano não é muito grande. Pelo número total dos participantes, é equivalente a algumas paradas russas. E a Rússia realiza paradas mais frequentemente.

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