Arábia Saudita usa bombas de fragmentação brasileiras no Iêmen


 As forças da coalizão liderada pelos Arábia Saudita parecem ter usado uma variante brasileira de munição de fragmentação, proibida internacionalmente, sobre um bairro residencial em Ahma em Sa’da, norte do Iêmen, nesta semana, ferindo pelo menos quatro pessoas e deixando perigosas submunições não detonadas espalhadas pelo chão ao redor, declarou a Anistia Internacional na sexta, 30 de outubro.

A organização entrevistou vários residentes locais, incluindo duas vítimas, o contingente médico que deles tratou, uma testemunha ocular e um ativista local que visitou o lugar do ataque logo após sua ocorrência. Fragmentos não detonados registrados no local do ataque são semelhantes às bombas de fragmentação fabricadas no Brasil. 

A Arábia Saudita é conhecida por tê-las usado no passado.
“Pelo fato de que os projetis de fragmentação constituem inerentemente arma de ação indiscriminada, sua utilização é proibida pelo direito consuetudinário humanitário internacional. 

Com efeito, cerca de 100 Estados já proibiram totalmente a sua produção, armazenamento, transferência e utilização, em reconhecimento aos danos únicos e duradouros que produzem”, disse Philip Luther, Director do Programa da Anistia Internacional para o Oriente Médio e África do Norte.

Além de matar e ferir civis por ocasião do seu emprego imediato, muitas submunições não explodem no momento do impacto e continuam a representar risco para a vida de qualquer pessoa que entre em contato com elas mesmo depois de anos. E preciso que a coalizão liderada pela Arábia Saudita cesse de imediato a sua utilização e todos as partes se comprometam publicamente a não mais fazer uso de munição de fragmentação, além de concordarem em aderir à Convenção Global sobre Munição de Fragmentação.
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