Pela forma como o Exército Americano fez o anúncio, talvez não fosse possível saber, mas a corporação concedeu na noite de ontem (25) o provável contrato mais importante em dez anos à Oshkosh para a cnstrução das primeiras 17 mil unidades de um novo veículo tático leve (Joint Light Tactical Vehicles ou JLTV).
O contrato de produção do JLTV é uma vitória histórica para a Oshkosh e os mais de 300 fornecedores em 31 estados americanos, e, acima de tudo, para os nossos combatentes”, diz Charles Szews, CEO da empresa. A Oshkosh superou os esforços impressionantes de concorrentes como a Lockheed Martin e a AM General e arrebatou o contrato avaliado em 6,75 bilhões de dólares. Nos próximos dez dias será divulgado se as empresas contestaram formalmente a decisão do Exército. Muitos analistas esperam exatamente isso e os responsáveis pelo programa do veículo presentes no briefing exibido na noite de ontem não se mostraram dispostos a comentar nada sobre as razões para a Oskosh levar o contrato, ou as vantagens e desvantages de cada um dos três concorrentes. Eles claramente temiam dar base para alguma contestação formal. Scott Davis, chefe do Program Executive Office Combat Support & Combat Service Support disse ao Breaking Defense que “não há expectative de contestação”, mas suas palavras foram escolhidas com cuidado. O Exército pode não esperar protesto formal, mas não significa que não se preocupem com a possibilidade.
O senador Tom Cotton, em cujo estado o veículo da Lockheed Martin seria construído, pareceu abrir a porta para pressões políticas a fim de mudar o resultado da concorrência ao publicar um comunicado ainda na noite do dia 25 com trechos como “a Lockheed Martin explora seus próximos passos, nós estamos prontos para ajudá-los como pudermos”. Já que o contrato para os JLTV já está fixo, , o único próximo passo seria uma contestação formal.
Até onde ia o compromisso da Lockheed Martin com esse contrato? A empresa comprou toda a linha de produção de veículos sobre rodas da parceira BAE Systems e a deslocou de Sealy, no Texas, para Camden, no Arkansas. O JLTV substituirá a maior parte dos Humvees – veículos icônicos produzidos pela AM General. Os Fuzileiros Navais receberam 5.500 unidades do novo modelo e o restante irá para o Exército. Até 2040 cerca de 40 mil JLTVs devem ser construídos.
“O programa JLTV preenche um vácuo crítico na frota atual das Forças Armadas americanas”, disse John Urias, presidente da Oshkosh Defense. “O modelo da Oshkosh vai de encontro a essa necessidade ao proporcionar proteção contra explosões equivalente à de um blindado leve, a resistência a minas terrestres de um MRAP e a velocidade off-road de um carro de corrida competindo no circuito de Baja”.
Cada uma das três empresas concorrentes construiu 22 protótipos que foram testados ao longo de 14 meses.
Eis o resumo do programa JLTV pelo nosso vice-edito, Sidney Freedberg Jr.:
O que há de tão banada no JLTV? Quando você olha para os três modelos concorrendo, todos parecem praticamente caminhões. Na verdade, eles parecem variantes menores dos veículos resistentes a bomba, em forma de caixote, para rodar na beira da estrada – Humvees com blindagem reforçada, mini-veículos resistentes a minas (MRAPs) – que se tornaram ícones do conflito no Afeganistão e no Iraque assim como o Jeep foi na Segunda Guerra.
Porém, as aparências enganam.
A primeira diferença crucial é a finalidade o JLTV: combiner a proteção dos robustos MRAPs com a agilidade off-road do Humvee original, aquele sem blindagem, antes das camadas e camadas de armadura o tornarem pesado e lento. Mobilidade é importante tanto no ataque quanto na defesa, porque a melhor proteção contra uma bomba na beira da estrada é sair da estrada. Minar um gargalo em uma rota previsível é fácil. Minar todas as vias de acesso não.
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